sexta-feira, 6 de maio de 2011

O mês de novembro pega fogo no Rio de Janeiro!

Exatamente entre os dias dez e dezoito de Novembro de 1904, a cidade do Rio de Janeiro viveu uma das mais turbulentas e terríveis revoltas populares da república.

Dia 09 de Novembro de 1904: O jornal "Carioca" publicou o projeto de lei proposto por Oswaldo Cruz, que obrigava a população a se vacinar, meio a um autoritarismo. Começa a indignação popular.


Dia 10 de Novembro de 1904: O povo em meio a São Francisco gritava contra essa lei. A Rua Ouvidor, trajeto dos revoltosos, ficou completamente intransitável. Estouraram protestos na capital, com piquetes e depredações. Operários, militares e comerciantes aderiram às manifestações estudantis.


Dia 12 de Novembro de 1904: As manifestações cresceram consideravelmente. A passeata dirigia-se ao Palácio do Catete, sede do governo federal, onde a cavalaria militar for recebida a pedradas e a pauladas, retiradas da construção de avenida central. A população estava alarmada, mas apesar de seus líderes não terem comparecido, os pensamentos guerrilheiros e revolucionários de seus participantes se mantiveram. Na volta pela Lapa, há novos confrontos, tiroteios incessantes, e morre o primeiro popular.


Dia 13 de Novembro de 1904: O centro do Rio de Janeiro transforma-se em campo de batalha. Era a rejeição popular à vacina contra varíola, que ficou conhecida como REVOLTA DA VACINA. Exaltada, a multidão deprede bondes e trilhos na avenida.


"Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte público assaltado e queimado, lampiões quebrados à pedradas, destruição de fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatório proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz" (Gazeta de Notícias, 13 de novembro de 1904).
Dia 14 de Novembro de 1904: O golpe de estado contra o presidente Rodrigues Alves, aplicado pelos Catetes da escola militar da praia vermelha, não foi bem sucedido, os militares de baixa patente também se sublevaram contra as medidas baixadas pelo governo federal. O governo reforça a segurança do palácio, entretanto o presidente não concorda com a ideia de se refugiar em um navio da Marinha, dificultando  a jornada dos marinheiros e facilitando a perseguição da multidão. O Encouraçado Deodoro bombardeou a escola militar, provocando o seu rendimento e colocando o golpe “ as águas”.
Dia 19 de Novembro de 1904: Acontece o último conflito, na pedreira do Catete, que conta com um saldo de 110 feridos, 30 mortos e mais de 900 pessoas presas, das quais 500 foram deportadas; dentre estes , o chefe do departamento de policia . Por fim, a cidade tenta voltar ao seu normal.

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